Foi uma daquelas coisas que
passa pela cabeça quando você está fazendo a atividade mais banal
possível, e em pensamento, está reclamando da vida, e pensando em
todas as coisas que ainda tem que fazer e não quer, e nas coisas que
quer fazer, mas não ¨pode¨. ENTÃO, veio como um
raio: Eu sou dona da minha vida, certo? CERTO? Então eu devo
poder fazer o que eu quero, não é mesmo? Eu, uma pessoa, aceita
como ADULTA, dona do meu nariz, pagadora(quase) de todas as
minhas contas, poderia chutar o balde e sair andando por aí sem
lenço nem documento, não poderia? ENTÃO PORQUE EU NÃO FAZIA
ISSO?
Mas… não é bem assim que a
banda toca não é mesmo? Eu gostava de alguns aspectos da minha
vida, e do relativo conforto que eu tinha. E mais do que isso: ¨o
que os outros iriam pensar?¨. Meus pais, meus irmãos, meus amigos…
eles iriam me julgar? Me apoiar? Parar de falar comigo? Me
ridicularizar? Eu seria deixada de lado? Isso meio que
me fez recuar toda a linha de pensamento, de medo do que aconteceria,
como todos iam reagir e como eles me olhariam dali pra frente. Mas
então, outra ideia surgiu, forte e muito persistente: Eu não devia
nada das minhas decisões pra ninguém! Quem vivia a vida e as
consequências dela era EU. O que os outros poderiam pensar
não importava, quem sentia na pele era EU!
AGORA, todo o complexo
de vítima das consequências não serve mais. Se eu não gosto da
minha vida, está na hora de encarar o maior vilão dela, o culpado,
o RESPONSÁVEL por eu não viver do jeito que eu quero. E quem
é esse? Quem eu posso culpar? Com quem eu posso reclamar? Em quem eu
posso jogar os anos sendo levada a fazer coisas só para seguir o
fluxo?
Bem, isso levou um tempo para
ser resolvido, pois era mais difícil do que eu gostaria de admitir…
A ÚNICA pessoa
responsável por minha vida não ser do jeito que eu queria, era EU
MESMA. Doeu olhar no espelho depois disso. Sério. E na mesma
hora, quis contrariar isso! Onde já se viu? Era minha culpa que eu
estava acima do peso? Que eu não ganhava nenhuma promoção no
trabalho, e que meu salário mal cobria minhas despesas? Que eu não
tinha namorado, nem relacionamentos? Que algumas amizades não me
fizessem tão bem assim? Que me minha família me deixava
desconfortável e deprimida em muitas situações? Era eu a
responsável por isso?
Bem, não é fácil admitir
isso, claro! Porque quando a gente para realmente perceber isso, dá
vontade de chorar, gritar, ir morar em uma caverna ou enterrar a
cabeça em um buraco. Como eu posso fazer coisas comigo que me
prejudicam? Onde isso é aceitável? Pois bem, isso é a verdade.
São raras as pessoas que
percebem isso com a profundidade e urgência necessárias. E mesmo
quem percebe, não sabe o que fazer! Se eu fizer só o que eu quero,
como vão ficar os outros? Eu não estarei sendo egoísta? Não posso
fazer as coisas só pensando em mim? Posso?
INFELIZMENTE, não.
Você não vive sozinho em uma ilha isolada, nem é o único ser
humano na face da terra. Mas eu acho que uns 50 a 70% das decisões para a SUA VIDA devem ser baseadas sim nas coisas que você quer. CLARAMENTE, se alguma escolha sua envolver outra pessoa, então só 50% da escolha é sua.
Lembrando também que, obviamente, nada que envolva tirar a opção de escolha de outra pessoa deve ser escolhido. Existe sempre um equilíbrio.
Eu li uma frase dia desses,
que dizia mais ou menos assim:¨as expectativas que você
tem sobre mim e as minhas escolhas, são problema seu.¨ Um
pouco forte, porém muito verdadeiro. Não existe nenhuma regra nessa
vida que diga que nós viemos a terra para cumprir expectativa
alheia. Você está aqui para experimentar a vida do SEU ponto
de vista. Claro que, em certas situações, o que o outro quer, pode
ser compatível com o que eu quero fazer. E ai temos um acordo. Ou
então, eu faço algo que não quero, em troca do outro fazer algo
que eu quero. Sempre dá pra se chegar em um acordo. Mas de qualquer
forma, ainda sim, você só vai fazer se você quiser. Porque a
escolha é sua. A única pessoa que realmente importa é você.
E
lembre-se: Não é o que a vida faz com você, é o que você faz com
a sua vida.
Então vá em faça algo que você quer, só para variar.