sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Você não sabia? junte-se ao clube! Agora você sabe.


Foi uma daquelas coisas que passa pela cabeça quando você está fazendo a atividade mais banal possível, e em pensamento, está reclamando da vida, e pensando em todas as coisas que ainda tem que fazer e não quer, e nas coisas que quer fazer, mas não ¨pode¨. ENTÃO, veio como um raio: Eu sou dona da minha vida, certo? CERTO? Então eu devo poder fazer o que eu quero, não é mesmo? Eu, uma pessoa, aceita como ADULTA, dona do meu nariz, pagadora(quase) de todas as minhas contas, poderia chutar o balde e sair andando por aí sem lenço nem documento, não poderia? ENTÃO PORQUE EU NÃO FAZIA ISSO?

Mas… não é bem assim que a banda toca não é mesmo? Eu gostava de alguns aspectos da minha vida, e do relativo conforto que eu tinha. E mais do que isso: ¨o que os outros iriam pensar?¨. Meus pais, meus irmãos, meus amigos… eles iriam me julgar? Me apoiar? Parar de falar comigo? Me ridicularizar? Eu seria deixada de lado? Isso meio que me fez recuar toda a linha de pensamento, de medo do que aconteceria, como todos iam reagir e como eles me olhariam dali pra frente. Mas então, outra ideia surgiu, forte e muito persistente: Eu não devia nada das minhas decisões pra ninguém! Quem vivia a vida e as consequências dela era EU. O que os outros poderiam pensar não importava, quem sentia na pele era EU!

AGORA, todo o complexo de vítima das consequências não serve mais. Se eu não gosto da minha vida, está na hora de encarar o maior vilão dela, o culpado, o RESPONSÁVEL por eu não viver do jeito que eu quero. E quem é esse? Quem eu posso culpar? Com quem eu posso reclamar? Em quem eu posso jogar os anos sendo levada a fazer coisas só para seguir o fluxo?
Bem, isso levou um tempo para ser resolvido, pois era mais difícil do que eu gostaria de admitir…
A ÚNICA pessoa responsável por minha vida não ser do jeito que eu queria, era EU MESMA. Doeu olhar no espelho depois disso. Sério. E na mesma hora, quis contrariar isso! Onde já se viu? Era minha culpa que eu estava acima do peso? Que eu não ganhava nenhuma promoção no trabalho, e que meu salário mal cobria minhas despesas? Que eu não tinha namorado, nem relacionamentos? Que algumas amizades não me fizessem tão bem assim? Que me minha família me deixava desconfortável e deprimida em muitas situações? Era eu a responsável por isso?
Bem, não é fácil admitir isso, claro! Porque quando a gente para realmente perceber isso, dá vontade de chorar, gritar, ir morar em uma caverna ou enterrar a cabeça em um buraco. Como eu posso fazer coisas comigo que me prejudicam? Onde isso é aceitável? Pois bem, isso é a verdade.
São raras as pessoas que percebem isso com a profundidade e urgência necessárias. E mesmo quem percebe, não sabe o que fazer! Se eu fizer só o que eu quero, como vão ficar os outros? Eu não estarei sendo egoísta? Não posso fazer as coisas só pensando em mim? Posso?
INFELIZMENTE, não. Você não vive sozinho em uma ilha isolada, nem é o único ser humano na face da terra. Mas eu acho que uns 50 a 70% das decisões para a SUA VIDA devem ser baseadas sim nas coisas que você quer. CLARAMENTE, se alguma escolha sua envolver outra pessoa, então só 50% da escolha é sua. 
Lembrando também que, obviamente, nada que envolva tirar a opção de escolha de outra pessoa deve ser escolhido. Existe sempre um equilíbrio.

Eu li uma frase dia desses, que dizia mais ou menos assim:¨as expectativas que você tem sobre mim e as minhas escolhas, são problema seu.¨ Um pouco forte, porém muito verdadeiro. Não existe nenhuma regra nessa vida que diga que nós viemos a terra para cumprir expectativa alheia. Você está aqui para experimentar a vida do SEU ponto de vista. Claro que, em certas situações, o que o outro quer, pode ser compatível com o que eu quero fazer. E ai temos um acordo. Ou então, eu faço algo que não quero, em troca do outro fazer algo que eu quero. Sempre dá pra se chegar em um acordo. Mas de qualquer forma, ainda sim, você só vai fazer se você quiser. Porque a escolha é sua. A única pessoa que realmente importa é você. 

E lembre-se: Não é o que a vida faz com você, é o que você faz com a sua vida.  
Então vá em faça algo que você quer, só para variar.